“Ora, quando se pensa na América não se pensa nisso: nas árvores, nos rios, na pesca à truta. “
Há pouco tempo, confesso, revoltei-me comigo próprio quando me apercebi que pensava aquilo que toda a gente pensa quando se fala da América por estes dias.
Fui à procura de “truques mentais” para evitar o preconceito, a escalada do raciocínio viciado e intoxicado.
Os truques:
Por estranho que possa parecer: os filmes dos irmão Coen. Quando me lembro de Fargo vem-me à memória aquele pedaço de continente que parece não falar de Washinton para o mundo. Primeiro pelas paisagens, pela América que não se vê, depois porque quase tudo é desarmante.
Outro é a National Geographic. Um belíssimo contributo americano para uma espantosa globalização positiva.
Roda pé:
1. Um dia, há já uns anitos, numa bela madrugada de estudo ouvi o Fernando Alves (na TSF) dizer algo do género “acabou de entrar o meu amigo Francisco e que belos livros ele deve trazer debaixo do braço”
A maior surpresa quando li pela primeira vez o seu blog foi adivinhar que era Judeu. Podemos imaginar a cara do radialista ou do escritor e falhar largamente o boneco real. Por que raio é que eu fiquei surpreendido com um FJV judeu?! Porque nunca imaginei a religião de um escritor?
2. Ando há um tempinho a tentar perceber o que se passa no médio oriente. Com grande admiração pelas análises de José Golão (que desconfio estar longe das premissas do FJV) tento completar o arco lendo a outra parte. Uma das dúvidas imediatas é, por exemplo, o que é o sionismo. Julgo que estou a ficar esclarecido. No fundo procuro truques para não pensar sobre Israel o que toda a gente pensa por estes dias.
3. Apaixonei-me por Avis num belo dia em que fui até lá contar bidões de tomate! Um encontro que tenho de agradecer a uma aparentemente defunta multinacional americana de auditoria.
4. A segunda visita fi-la com as laranjeiras em flor. Vagueei pelo meio de um acampamento de ciganos por entre ruínas históricas.
Adiante.
De um leitor assíduo ficam os melhores cumprimentos