As eleições: a sério e a brincar
1. O PS não ganhou as eleições à custa do PCP, nem do BE, nem do PCTP-MRPP.
2. O PSD e o CDS-PP tiveram o pior resultado de sempre.
3. Manuel Monteiro vale 1%, um pouco menos que Garcia Pereira (PCTP-MRPP) e muito menos que José Saramago (2,6% – Votos em Branco).
4. Cerca de 230 mil portugueses votaram validamente (nulos excluidos), ou seja, 6,8% não votaram em nenhum dos quatro principais partidos/coligações. Mais do que os que votaram no BE e um pouco menos do que os que votaram na CDU.
5. Em condições normais, Ferro Rodrigues será candidato às legislativas.
6. A recessão já acabou e só não acabou mais cedo porque os maganos do INE não quiseram. Estas são ilação das declarações de João de Deus Pinheiro. Por isso é que ainda os dados estavam sobre o tradicional sigilo democrático (e em discussão reservada entre parceiros sociais como o Banco de Portugal, associações patronais, sindicatos, tutela e representantes da AR) e já Durão Barroso os apregoava ao lado de Gilberto Madail.
7. Perguntas que ninguém conseguirá responder. A morte de Sousa Franco influenciou os resultados? E os golos da Grécia? O meu palpite vai por um sim a ambas. Aproveitamentos tipo “Força Portugal” não compensam… Certo?
8. Qual o projecto alternativo do PS para governar o país?
9. A recessão lenta mas paulatinamente deverá chegar, mais por contágio do que por acção do actual governo. Qual o momento ideal para o PS “oferecer” uma alternativa de governo? Eu diria hoje, mas é aceitável aguardar pelo congresso. No limite. Desconfio que é também por aí que se ganha a democracia e novos eleitores.
10. O PS preocupar-se-á em responder à pergunta anterior, conseguirá clarificar e marcar a sua agenda ou cairá na armadilha de ir alimentando o lume que surgirá em grande força na imprensa em torno da “questão” da coligação com o BE?
11. Vale a pena ir cavalgando a crise e o atraso nos seus efeitos palpáveis junto do eleitorado para ir capitalizando nas próximas eleições, primeiro regionais, depois autárquicas e só então legislativas? Com o (difícil) trabalho de casa feito não seria necessário correr o risco implícito…
12. Haverá alguém no PS com coragem para se apresentar no congresso com alternativas, ideias, políticas? Com contributos para a realização do Trabalho de Casa? Esse será o momento ideal para mudar a agulha e para demonstrar que se aprendeu alguma coisa com a trágica experiência de Matosinhos.
13. Termina a noite nas TV’s generalistas e não consegui ver um peça decente em prime time sobre os resultados nas Europeias nos restantes países da União (só depois da meia noite na SIC notícias).
14. Felizmente, não perdi a espantosa magia do futebol hoje no Estádio da Luz.
June 14th, 2004 at 12:16 am
sim, esse remate no estádio da luz foi fantástico.
Já eu engolia pedras de gelo e rodelas de limão a torto e a direito, quando os franceses me deram o imenso gozo de dois golos na baliza dos ingleses ,,, gostei e vou dormir tranquila …
abraço
gin
June 14th, 2004 at 12:37 am
🙂
June 14th, 2004 at 2:04 am
Meu caro Rui
Com o abraço que, mesmo na divergência, nos tem unido em mais de um ano de blogos, para resposta ao ponto 9.
Os govennos são eleitos por legislatura. Mal ou muito mal foi este o governo que democraticamente foi eleito em resultado das legislativas… até 2006, a não ser que Durão saiba, como Guterres (muito criticado) soube na altura, entender que já não tem legitimidade.
Aguardemos, pois.
Sobre o estatuto da oposição tens o diploma disponível no sie da Assembleia da República (www.parlamento.pt)
É uma questão de coerência e de civilidade. A mesma que reclamas para a utilização (em abuso de poder) que deram às estatisticas do INE.
Imaginando que o teu voto não foi efectivamente no MPT porque na hora de votar se tem de ser aquilo que nos acusam tantas vezes (racionalistas) também tu, caro Rui, apesar dos pesares, estarás de parabéns.
Palpites de um tugido…
Dorme bem!
June 14th, 2004 at 9:11 am
Rui,
As perguntas sérias terão um bom efeito assim que Portugal for definitivamente eliminado no Euro 2004.
Nessa altura, todos despertarão par a realidade e ficarão preocupados com estas e outras questões.