Seguindo o mote quase centenário de Almada atentemos por uns instantes na figura d’O POLÃ?TICO PORTUGUÃS. Passo por um blogue sobre polÃtica e apanho com um “manifesto” que se impõe.
Para ler o original passe pelo dito. Eu tomei a liberdade de eliminar o nome do fulano visado porque é praticamente irrelevante. Foi um bom pretexto para o autor escrever o que escreveu, mas o barrete serve a todos os que são polÃticos e que pactuam com esta situação. E principalmente aos que fazem uso dela. Não é necessário nenhum pacto de regime, nem reforma do sistema polÃtico para que um partido recuse estas práticas. Ninguém tem perdão. Em suma, não podia estar mais de acordo com o Paulo Gorjão. Passam também por aqui as preocupações com a higiéne pública neste paÃs.
Para evitar reacções epidérmicas (outro mal social de Portugal) ofereço-me para descascar a fruta. Ofereço-vos uma versão “desfulanizada” aqui em anexo, a outra está no BloguÃtica.
O POLÃ?TICO PORTUGUÃS
Ontem, no Público, O polÃtico português disse a seguinte coisa espantosa:
“Na altura própria serei candidato a uma autarquia e, se vencer essa autarquia, terei de abandonar o Parlamento Europeu [PE]. Esse foi o compromisso claro que assumi na comissão polÃtica distrital.”
Estas duas frases demonstram muito daquilo que vai mal na polÃtica portuguesa e explicam muita da abstenção que acontece nas eleições em Portugal.
Acho extraordinário que O polÃtico português não tenha a percepção da gravidade das suas afirmações.
Em primeiro lugar, a questão mais simples. à rigorosamente irrelevante os compromissos que tenha feito no âmbito da sua comissão polÃtica distrital. O polÃtico português nem deveria ter feito o compromisso que revela. O seu compromisso vai ser com os eleitores dia 13 de Junho, facto que manifestamente é menos importante para si do que o seu compromisso com os seus colegas de partido…
Em segundo lugar, na prática, ao eleger-se O polÃtico português está também a escolher-se uma outra pessoa que ninguém conhece. Este tipo de esquema tem de acabar de uma vez por todas. A solução passa por se limitar ao mÃnimo as situações em que se permite a substituição de um deputado que foi eleito para o Parlamento Europeu, ou para a Assembleia da República.
Reparem nesta situação ridÃcula: o Partido do PolÃtico Português, por um seu colega, critica outro polÃtico de outro partido de ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa, mas de estar desde o primeiro dia com os olhos postos noutras eleições, por exemplo, nas presidenciais.
Ora, O polÃtico português, que ainda nem foi eleito para o Parlamento Europeu, já está de olhos postos nas eleições autárquicas.
Este discurso do seu Partido por acaso tem alguma coerência?
Em suma, a possibilidade de se substituir os deputados democraticamente eleitos tem de ser autorizada apenas em situações excepcionais, como por exemplo por doença prolongada ou por morte.
à urgente mudar a lei nesta matéria.
Repito, é urgente mudar a lei nesta matéria.
Não se pode permitir que haja candidatos que querem ser cabeças de cartaz eleitoral (por conveniência própria ou do seu partido), mas que depois não cumprem o seu mandato (alguns nem chegam a tomar posse).
A actual situação é permissiva perante os mais diversos esquemas e jogadas de conveniência, os quais apenas deslegitimam o acto eleitoral democrático.
Assim, não. Não, não e não!
March 10th, 2004 at 7:07 pm
Espantoso andamos de uma maneira geral a cascar em Santana Lopes por estas razões quando afinal muito outra gente anda na política em busca do tacho em que melhor se acomóda, como se nos partidos não militem um número suficiente de personalidades para cada uma delas se propor ou ocupar um só lugar. Lamentável a todos os títulos este tipo de procedimentos.
March 10th, 2004 at 9:19 pm
E um procedimento a acontecer há já muito tempo e cada vez de forma mais desrespeitosa para com os princípios básicos da democracia representativa.