Ainda os muros
Para que não haja confusões a propósito dos muros que aqui deixei:
Estupidez é neste momento o único qualificativo que me ocorre para designar ambas as partes. É tão triste…
Como disse, o muro não é o mesmo, a história é outra, mas a ilusão do muro permanece. O muro não é solução, que ninguém se iluda.
E é de soluções que precisamos, o resto faz parte do problema.
October 23rd, 2003 at 11:42 pm
Caro Rui,
A este ponto de vista que diz sempre “o que é preciso é…isto ou aquilo, isto não adianta, aquilo não resolve, etc.,etc.,etc.,” chamo eu “empurrar com a barriga”.
Não chega comentar e atirar apreciações, sobretudo aos envolvidos directamente, isso não chega.
Estes, são forçados, pelas realidades, a tomar acções concetas. Podem não ser acções definitivas, mas há que fazer algo. Há que “fazer”, em vez de se ficar pelo “dizer”.
October 23rd, 2003 at 11:57 pm
Não lhes estou nas calças é certo (felizmente para mim) e daqui pouco mais posso fazer do que dizer. E digo-lhes o que queria que me dissessem a mim se por lá andasse. Daqui de longe o que vejo é uma grande ilusão. Agora é a ilusão do muro, talvez a mais emblemática de todas até. Medida provisória? Provisória para quê? Israel vai pôr os palestinanos a viver num curral? Num campo de concentração? Imagina-se um estado isolado, defendido pelo muro?
Vejo um querer fazer dirigido para a estupidez que eterniza o conflito. Um querer fazer desesperado que já entrou há muito na irracionalidade completa cujo fim só pode passar pela aniquilação de uma das partes. A solução definitiva (que não a do aniquilamento) só estará ao alcance com o muro derrubado. Mais um monte de pedra que se juntou à que já havia para partir.