Finalmente um sinal de inteligência (ainda que extremamente serôdia)!

O processo político pró-Ota estava moribundo. A gestão política do caso (absolutamente desatrosa) ajudou imenso a que fosse inevitável arranjar uma forma de reentrar em jogo. Hoje perspectiva-se uma saída airosa. É certo que em bom rigor a Ota não morreu e convém que não se passe ao extremo da estupidez acreditando que tudo é melhor que a Ota. Não sejamos ingénuos…

Há campo para reintroduzir seriedade e autoridade política a quem cumpre decidir. Haverá aspectos positivos e negativos em ambas as soluções. Vejamos então se, daqui a seis meses, teremos finalmente uma possibilidade de esclarecimento mais consentânea com a dimensão do projecto em causa. Pessoalmente um dos maiores engulhos pró-Otá era e é a sua incapacidade de expansão caso o futuro o justifique. Num país onde não nos podemos dar ao luxo de fazer um novo aeroporto internacional em cada geração e acreditando que a aviação comercial com mais ou menos inovações tecnológicas terá futuro e continuará a precisar de uma plataforma territorial significativa, fazer um aeroporto entalado causa-me à partida uma repulsa quase inultrapassável.

Naturalmente para sermos sérios o próprio modelo de financiamento, a dimensão da infraestrutura e o destino da Portela deverão ser reavaliados face às exigências da nova alternativa em disputa. Esperemos que a coragem política aliada ao objectivo único de defesa do interesse nacional consiga resistir aos preconceitos pouco compreensíveis que têm minado esta empresa.

"O Governo vai mandar estudar uma localização alternativa à do aeroporto da OTA em Alcochete anunciou hoje Mário Lino, na assembleia da republica no âmbito de um colóquio promovido pela comissão parlamentar das obras pública e transporte e de comunicações.

O anúncio segue-se a um estudo elaborado pela CIP que já foi apresentado ao Governo e vai ser hoje apresentado ao presidente da republica.

Neste sentido, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, anunciou que tinha mandatado o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para primeiro avaliar a efectiva viabilidade de uma localização na Zona do campo de tiro de Alcochete e em seguida fazer uma avaliação comparativa das localizações de Alcochete e da OTA.

O prazo máximo para estes estudos é de seis meses. Mário Lino compromete-se ainda a não tomar nenhuma decisão irreversível sobre o aeroporto da OTA enquanto não estiverem concluídos os estudos. (…)"

in Jornal de Negócios.

P.S.: Não dou 5 minutos para termos a Quercus aos pulos. E entretanto, António Costa ganha novo fôlego nesta matéria.

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