Chuva na Beira Baixa

Vou de viagem, passarei nas berças os próximos dias, longe destes zeros e uns frenéticos.

Espero que no regresso o ambiente na capital ande mais respirável e respeitável.

No meio da confusão e facilitismo que reina em algumas universidade privadas, José Sócrates, neste mundo onde se vão sucedendo os culpados até prova em contrário, vai ter dificuldades em limpar a imagem, por mais justo e sério tenha eventualmente sido.

No final deste processo e a menos que se prove algum dolo evidente por parte do actual Primeiro Minístro (PM), podemos desde já antecipar que vamos acabar ficando com um licenciado em engenharia civil a dirigir o país, mais fragilizado por este fait divers do que pelas políticas e reformas governativas que patrocina.

Mais uma vez se provará que a inversão do ónus da prova compensa, que a pressão pode fazer ricochete, que a insinuação e a mentira táctica continuam a ser um precioso catalizador daquilo que se quer como notícia e que o provincianismo (colectivo e provavelmente do PM) se paga caro.

Mas restará ainda algo por definir, algo que dependerá dos portugueses: avaliar o que fazer com o desfecho do processo. Nessa altura cá estaremos para, no contexto em que vivemos, averiguar com que luxos nos poderemos presentear tanto na forma como encaramos os políticos eleitos quanto na forma como digerimos a imprensa que temos. Num processo destes não poderá ser só a credibilidade do político a estar em causa.

Num país habitualmente catalogado como sendo coutada de carneiradas eufórico-depressivas, há que fazer a pedagogia da proporcionalidade e do sentido crítico. Particularmente nestes momentos de frenesim. 

Até breve e fiquem bem!

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