Quer dizer exactamente muitas coisas, algumas delas passando por interpretar e exercer a política de uma forma “ligeiramente” diferente da que leva a este diagnóstico:

“(…) São incógnitos: a sua acção é impossível de diferenciar da sua inacção. Só são relevantes quando há votações. E, por isso, para os momentos mais graves, os chefes criaram a disciplina partidária. Assim a sua escolha não é entre uma decisão sensata e uma decisão estúpida, uma boa ou uma má lei. É entre o seu partido e o outro partido. Afinal é a organização partidária que os mantém a comer a sopa no Parlamento. E foi assim que se foi asfixiando o Parlamento nacional e se transferiu todo o poder para o Governo. Foi esta disciplina partidária que permitiu que o Parlamento se tornasse um deserto. De ideias e, às vezes, de deputados. Quando o país está preocupado com a questão do ensino e da avaliação, mais de meia centena de deputados desapareceram do Parlamento, por certo devido a imperativos tão fortes como as “actividades políticas” ou a “ponte”. O problema é que para os deputados não há avaliação. Essa fica para os professores. Agora os deputados eclipsaram-se. Mas, às vezes, só o seu corpo é que está no Parlamento. Criando a chamada figura de corpo presente. Só que esta atitude está a causar uma doença crónica: o desencanto com a democracia e com os seus representantes eleitos.”

Fernando Sobral in Jornal de Negócios.

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