A alma do negócio

Qual a negociação que implicando a necessidade de cedências mútuas tem hipótese de sucesso se uma das partes toma a iniciativa de a levar para a praça pública?

Não surpreende que, quando invetivado a divulgar detalhes das negociações em curso, Jerónimo de Sousa tenha respondido algo como: “Por uma questão de lealdade não vou estar a revelar propostas que são ainda de trabalho”.
Lembram-se do que fez a PàF?

O pecado original foi praticado sob o pretexto de grande “transparência” ao difundir o documento “facilitador”. Sarcasmo? Tudo menos intenção de quem quer levar uma negociação a bom porto. Agora é tarde. Na realidade, tomando por boas as declarações dos líderes de PSD, CDS e PS ao longo dos últimos meses, talvez sempre tenha sido.

Já tínhamos comprovado durante a legislatura o desprezo com que a PàF lidou com o PS, oscilando da atitude arrogante de quem tem maioria absoluta à infantilidade das cartas-pedido onde se deixa um convite público entremeado por insultos e acusações. A verdade é que entrámos num jogo do empurra com o nível de dignidade a degradar-se. Quem mais e melhor se vitimiza? Antevejo um campeão claro, mas faço fé que o eleitor seja mais inteligente do que alguns políticos querem fazer crer.

In Diário Económico

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