“Não, não foi preciso um doente terminal com hepatite C, em desespero, ter acesso aos telejornais para que o ministério da Saúde adquirisse um medicamento que curava e salvava a vida a muitos pacientes dessa doença.

Não, o Boston Consulting Group não afirmou que a quebra da despesa absoluta per capita em saúde posicionou o país na cauda da Europa. Também não afirmou que Portugal é o país da União Europeia com menor acesso a novos medicamentos.

E não, pagar a taxa moderadora não demoveu ninguém que de facto precisava de cuidados de saúde de deslocar-se a uma consulta num centro de saúde ou hospital.

Afinal, não é verdade que perder o emprego, ou parte do salário, ou da pensão bem como sofrer um corte total ou parcial dos apoios sociais num país a envelhecer tenha relação com a redução de pelo menos 1.250.000 de consultas em cada ano, em centros de saúde, desde que começou a austeridade. Um casal com dois filhos que tenha um rendimento mensal per capita igual a 315 euros já não está isento das taxas moderadoras.

Portugal está melhor, os portugueses é que estão pior.”

Publicado no Diário Económico.

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