Isto de passar a multar a malta que coloca lixo em saquinhos à beira do ecoponto tem um lado bom e um lado mau. O bom é evidente: se dissuadir as pessoas de construirem montes de lixo à beira dos ecopontos reduz a probabilidade de tipos como eu desistirem de reciclar (ou se convencer os meus filhos a fazerem-no) e melhora os incides de saúde pública na cidade (entre outros). O lado mau é que muitos desses sacos resultam de munícipes chegarem ao ecoponto e encontrarem-no a abarrotar (pode até estar falsamente cheio mas é tecnicamente impossível enfiar lixo pelo bocal – facto particularmente comum na recolha de embalagens). O munícipe zeloso, perante a impossibilidade de o colocar no contentor deveria recolher o saco de novo a casa, certo? Certo, contudo, a probabilidade de o enfiar no lixo indiferenciado é também elevada, tal como a de mandar a reciclagem definitivamente às urtigas ao fim de várias idas frustradas ao ecoponto.

O que fazer? Reforçar o policiamento passando a multar quem põe material reciclável no lixo orgânico (não aconselhado) ou repensar o sistema de recolha: aumentar frequência de recolha, alterar a ergonomia/tecnologia dos contentores, reproduzir em mais zonas da cidade outros modelos de sucesso? Isso fica para o autarca de serviço, naturalmente. Mas se a este reforço da penalização corresponder um reforço da frequência de recolha creio que será um atitude equilibrada e com forte potencial de sucesso.

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