1. Temos novo relatório do FMI com a mesma fórmula de sempre, completamente alheio ao mea culpa que o próprio FMI já fez => Há um ponto mágico no qual o salário será tão baixo que todos terão emprego mesmo que não haja quem queira empregar. É isto que defende o FMI. Esmagados os funcionários públicos, encaminhado que está o processo de êxodo, o FMI vira-se “agora” para o sector privado, ou melhor, especificamente para os persistentes salários “elevados” dos sector privado.

 2. “more wage flexibility would also help boost employment, particularly at the low end of the skill distribution” página 21 do novo relatório do FMI.
É para descer significativamente o salário mínimo, não é?

 3. “staff suggested to investigate policy options to ensure more effective decentralization of wage bargaining” Proibir também acordos de empresa?

 4. O FMI vai tão longe, tão longe que fica a milímetros de defender a proibição de os patrões aumentarem os empregados mesmo que achem preferível.

 5. “Although a critical mass of reforms is now in place, staff expressed concerns that the reform agenda may not be sufficiently ambitious.

 6. O staff do FMI em Portugal também já sabe que não faz a mínima ideia do que funciona, aliás, nota-se algum exercício de identificação de bodes expiatórios, aqui e ali (como se não fosse nada com eles). Mas o staff do FMI em Portugal é honesto a reconhecer que tudo está a falhar ou em grave risco (ainda que as justificações sejam de bradar aos céus, por vezes).

Ora reconhecido tudo isto, o staff do FMI continua a ser o staff do FMI e, apesar de não saber o que funcionará, sabe que tem de escrever relatórios recomendatórios para poder cumprir com as expectativas que emanam do respetivo contrato de trabalho. Logo, toca a manter o rumo! Um médico que só conheça um remédio, não precisa sequer de diagnosticar o doente ou a evolução da doença.

Se está doente, toma remédio. Aquele.

Filmografia recomendada : Dr. Akagi

Originalmente publicado no 365 Forte.

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