Quem tem dívidas, não tem luxos como os tribunais e as leis. Estes devem submeter-se inteiramente ao constrangimento financeiro.
É isto hoje o ideal europeu da Comissão Europeia expresso em voz cada vez mais sonora e frequente interferindo sem pudor e de forma impreparada e desinformada no regular funcionamento das instituição democráticas de um Estado Membro.
Demasiadas vezes, dentro e fora de portas, a discussão oscila entre a defesa persistente de uma solução falhada e a caricatura de uma opção politicamente inaceitavel (perdão total, união de transferências pura, etc).  Pergunto, não há caminho mais eficaz, credível e democraticamente sustentável no seio de toda a zona euro para gerir esta crise?
Se não há, mais vale arrepiar caminho. Estamos a perder tempo, dinheiro e recursos vitais para uma recuperação, todos os dias. E não estamos a valorizar devidamente tudo isso.
É tempo de perceber que papel estamos em condições de ter dentro da Zona Euro e abordar com frontalidade, humildade e inteligência o nosso futuro. Batalhar até ao fim pelo ideal Europeu mas prepararmo-nos responsavelmente para o seu fracasso. Só assim assumiremos claramente, entre nós e entre os nossos parceiros, tudo o que está em jogo.

É tempo de alguém assumir o protagonismo desta mensagem, politicamente, antes que seja tarde de mais.

Originalmente publicado no 365 Forte.

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