Da semana que passou ficou esta prosa escrita no 365 Forte, sob o título “PS – procurar entender“.

Um excerto das linhas finais:

“(…) Qual seria a solução ideal?

Compreendendo e até participando do esforço de abertura ao exterior e participando ativamente na procura de novas e melhores propostas, não me faz sentido nenhum que se defenda começar do zero. O mesmo não sentido, aliás, que faz acusar a atual direção porque não adotou como um filho querido todo o passado. Antes ou em paralelo com abertura do partido para procurar um novo programa político o PS deveria, internamente, assumir a crítica construtiva daquilo que fez, olhando para o seu legado e para a expressão eleitoral a que foi sujeito. Bem como ao atual sentimento do povo face ao que teve, tem e quer ter. Refletir sobre o que são edifícios sólidos que deverão ser mantidos como políticas estruturais identitárias do PS e assumir o que são ruínas sobre as quais há que reconstruir uma opção política e uma forma de fazer política. Tanto trai o partido e os seus eleitores quem se recusa a reconhecer com humildade que não foi perfeito, recusando-se assim a mudar, como quem foge ao incómodo de liderar a reforma refugiando-se numa cisão regeneradora. Não creio que o PS precise de mudar tudo, nem possa querer repetir o passado. O passado serve para edificar uma identidade não para em torno dele se cristalizar um partido. Há experiências dessas quanto baste no espectro político nacional.

Da reflexão que escasseia surgiriam naturalmente as pontes que faltam para que alguns dos mais destacados protagonistas de ontem e os que hoje vão surgindo, encontrassem o respetivo espaço de representação pública e de defesa política do projeto do PS. Creio que ganharíamos todos, em particular o país.

 

Infelizmente, o que se vê e o que se perspetiva, passará completamente ao lado desta discussão, afinal há que mobilizar as tropas para a batalha eleitoral arriscando-se assim, um grande partido nacional a, mais uma vez, perder a oportunidade de olhar para si próprio e imaginar-se perante eleitores que se querem responsáveis, responsabilizados e inteligentes.

Ou será que o congresso pode servir para mais alguma coisa além de um eventual contar espingardas e cativação de representação em órgãos nacionais?”

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