“As minhas admirações vão para Ghandi e Mandela. São os únicos santos laicos da política que conheci. E Churchill, é claro.(…)
Se fosse americano teria votado nele? [Em Obama]

Com certeza. Devo dizer que partilho de um comentário que ouvi na televisão, nas vésperas da eleição: “Sinto que amanhã é o dia mais feliz da minha vida”; “por causa de Obama ou de McCain?”, “porque vai embora o Bush”. É isto. (…)
Quem são, para si, as grandes figuras da História?

Tenho muitas inspirações. Algumas até femininas. A dona Filipa de Lancastre, por exemplo. Mas há outras figuras… Infante D. Henrique, Padre António Vieira. Impressionou-me sempre muito a geração dos Vencidos da Vida: Mouzinho de Albuquerque e Antero de Quental.

Suicidaram-se os dois.

Sabe que o Unamuno, quando soube disso, disse que éramos um país de suicidas? E eram dois homens iluminantes, cada um com a sua opção. Mas tinham uma fé no conceito do país. Não podiam fazer escolhas. As pessoas que vivem o conceito do país é como se vivessem uma paixão impossível. Sou muito institucionalista, sabem? Acredito que as instituições são a única coisa de sobrevivência e de eternidade. Não somos nós.

Adriano Moreira apresentando as suas Memórias ao Expresso.

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