Está lindo o teu Arquivo Histórico, meu querido Amigo Eduardo Campos!
Estive lá, há poucas horas, já a madrugada ia alta.
Aí, onde estás, assististe, de certezinha, à conversa que tive, há dias, com o teu João, que já não via há tantos anos, talvez desde que partiste, e a quem disse:
-Sabes quem é que está a fazer o Arquivo Histórico do teu Pai, meu?!É um outro João, o Arquitecto João Colaço, meu filho, tás a ver?!
Eduardo, ontem, foi uma noite muito especial como também a estas horas já sabes. Um frio enregelado descia pelo cabeço, envolvendo a área de implantação do teu Arquivo Histórico, ali para as bandas da Chainça, mas, mesmo assim, não perdi a rara oportunidade, nesta ensaiada espécie de regresso a Abrantes, de poder vislumbrar, pela primeira vez, a nocturna aura do Arquivo que o meu querido filho para ti concebeu. Digo bem, a-u-r-a ! De facto, dentro de breves dias, não te vão faltar ocasiões para inspirares e assistires aos teus seguidores na afirmação da moderna historiografia abrantina de que foste um dos mais dinâmicos paladinos. E deixa-me que te diga – sim, tu já sabes, mesmo antes que o afirme, que sou suspeito – que o projecto do meu João, arquitecto, o seu primeiro grande projecto – um desafio enorme para quem estava a sair da faculdade – expressa com a sua “pala” longitudinal, todo um conceito que te assenta que nem uma luva: acolhedor! Sim, aquela vai ser a grande casa que vai acolher toda a documentação, todos os rastos do que fomos.
Ou seja, acolhedor no seu aspecto, dedicado ao estudo do passado, estou certo, Eduardo, que dali sairá muito estudo suado que levará as novas gerações a não se quedaram pelo estudo do que aconteceu mas, sobretudo, estudarem, altamente documentados, o fazer acontecer a que estão, desde agora, obrigados.
É um privilégio poder, por via do esforço do arquitecto João Colaço, retribuir, assim, também, os mil e um apontamentos com que te chaguei para tornar mais apetecíveis os dias da rádio que, um dia, me levaste a conhecer no cabeço das Arreciadas e ambos, também, e de que maneira, ajudámos a crescer.
A esta boda vou, meu caro Eduardo, mesmo que não convidado. Era o que faltava!
antónio colaço