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Palavras cheias de luz e serenidade. Uma Iluminação, assim, só pode, mesmo, vir do alto.

Frei Bento Domingos, ontem, no Público:

1.Há medos e medos. Medo do escuro, medo de casas assombradas, medo de viajar de avião, medo de ser assaltado, medo de falar em público, medo de contrair doenças, medo de mudar, medo de adormecer, medo de acordar, medo de sofrer, medo de viver, medo de morrer. Mais antigos ou mais modernos, são medos paralisantes e a lista poderia ser aumentada. Há, porém, medos que são necessários para evitar perigos e, nesse aspecto, podem ser pedagógicos. Deus nos livre de quem não tem medo de nada!
Encontramo-nos, actualmente, numa situação paradoxal: vivemos numa das sociedades mais seguras e prometedoras da História e mais obcecada com a segurança. Parece que quanto mais seguros estamos, objectivamente, mais inseguros nos encontramos e mais protecção exigimos. Vivemos um tempo de incertezas que nos tornam vulneráveis sob o ponto de vista social, económico e afectivo.
(…)

Teimo em recordar, apenas, o princípio típico da doutrina social cristã: os bens deste mundo são originariamente destinados a todos. Sublinho a opção histórica de Jesus: o amor preferencial pelos pobres. Como lembrou João Paulo II, hoje, dada a dimensão mundial que a questão social assumiu, este amor preferencial, com as decisões que ele inspira, não pode deixar de abranger as imensas multidões de famintos, de mendigos, sem-abrigo, sem assistência médica e, sobretudo, sem esperança de um futuro melhor: não se pode deixar de ter em conta a existência destas realidades. Ignorá-las significaria tornar-nos como o “rico avarento”, que fingia não conhecer o pobre Lázaro, que jazia ao seu portão (Lc 16, 19-31).
Enquanto houver guetos de pobres e condomínios fechados de ricos, é de ter medo. Para evitar o medo omnipresente, é preciso reorganizar o espaço urbano, público, onde todos se possam encontrar e enriquecer a diversidade cultural. Juntos, não teremos medo.

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