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É impossível fugir à convocação da memória – apenas recorro a ela para as coisas que preenchem e dão sentido ao Presente – tão longe e tão perto o gesto do Rui me convoca para as longínquas tardes em que os meninos pobres da altoalentejana vila de Gavião, como que por um gesto de magia, acediam ao superpovoado quarto dos brinquedos do “latifundiário menino Zé”, quarto só possível nos seus sonhos, e ali se deliciavam no intenso e frenético manuseio dos reluzentes  automóveis de todas as marcas e feitios vindos dos distantes “Armazéns do Chiado”, para não falar das … bicicletas! Ah! A tão desejada bicicleta.

O Rui (tudo, menos latifundiário do que quer que seja!!!) ao disponibilizar este seu qwerteniano quarto de brinquedos – sim, eu sei que a ânimo no instante de um clic poderia regressar – dá mostras de como os dias poderiam voltar  a ser diferentes  se todos nos disponibilizássemos para as muitas partilhas de que a vida se faz: partilhar a Amizade, o Saber, numa palavra, a Polis.

Graças aos Monges Beneditinos ( e na linha do que diz o meu amigo Frei Bento Domingues, no Público, deste domingo, “Não podemos mais ficar tranquilamente dentro das igrejas, sacristias e salões paroquiais, de braços cruzados, à espera que as pessoas venham ter connosco.Somos nós que devemos ir ao encontro das pessoas“) ergo, então, o néctar deste licoroso Singeverga que assinala, de uma vez por todas, a tomada de posse, por inteiro, das “chaves” de edição deste “Adufe” acrescentado, assim, deste “ânimo“!

Obrigado, Rui.

antónio colaço

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