Via A Origem das Espécies, em "A corporação", chego a esta notícia do DN com o alto patrocínio do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação:

«Valeu tudo: tratar um sujeito como predicado, usar um "ç" em vez de dois "s", inventar palavras. O Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação deu ordens para que nas primeiras partes das provas de aferição de Língua Portuguesa do 4.º e 6.º anos, os erros de construção gráfica, grafia ou de uso de convenções gráficas não fossem considerados. E valeu tudo menos saber escrever em português. Isso não deu pontos.»

E depois os economistas é que vivem na lua com os seus modelos instrumentais de experimentação científica "ceteris paribus".

A avaliação parcelar de conhecimentos assume assim uma nova dimensão. Se admitirmos que sabes escrever (mesmo que não saibas), como é que é a tua capacidade de interpretação? Se admitirmos que sabes nadar (mesmo que não saibas) quanto tempo levas a percorrer 25 metros numa piscina olímpica?

Velhos tempos aqueles em que os professores de história, geografia, química (do ensino público suburbano) ser atreviam a penalizar os alunos que manifestamente não sabiam escrever correctamente em Português. Hoje até os professores de português estão limitados a uma área estanque num pedaço de exame.

Afinal as provas de aferição serviram para mais qualquer coisa: para chamar a atenção para esta mentalidade abstrusa que se mantêm de pedra e cal no nosso ministério da educação. E a senhora Ministra, fica-se? Sabe, a cumplicidade é crime… 

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