O suplemento de Economia é a primeira baixa (sobre este assunto já deixei post de opinião no Economia & Finanças). Dizem-me agora que está na calha um suplemento desportivo a sair à Sexta. Nada contra, antes pelo contrário. Mas não se fará à custa de mais qualquer coisinha?

Se o pior que alguns previram com a ida de João Marcelino para o Diário de Notícias (DN) se verificar (Correio da manhanização do DN) e atendendo à extremagem política (senelidade comercial, diria eu, desculpem a franqueza) mais que evidente no Público político, temos um sério problema de orfandade no nosso cenário de media. Eu tenho, pelo menos! E suponho que uma razoável comunidade de malta liberal (no sentido americano do termo) que gosta de ler boas notícias e boas reportagens e de ter um bom suplemento cultural também terá. Digamos que uma boa parte do público urbano está a ficar pendurado ou em vias disso. Desconfio até que é malta que terá entre o grupo uma tendência acima da média para comprar jornalitos. Enfim, já divago. Que sei eu destas coisas…

Além de nem sempre haver alka seltzers que aguentem comprar o jornal para poder ler o Ypsilon (por exemplo), fica um vazio enorme em termos de jornalismo de qualidade.

O pior é que a conjuntura não é nada propícia a novos projectos… em formato tradicional pelo menos. Ah! Como seria bom que por uma vez os nossos amigos liberais (à moda europeia) tivessem razão e que toda a procura fosse providenciada com a respectiva oferta. Como seria bom que o mercado funcionasse.

Tenho cada vez mais presente que está a decorrer uma batalha nos bastidores onde uma corrente de jornalismo mais politizada (à direita) está a ganhar largamente o conflito aliada à lógica comercial mais selvática (e que no longo prazo, o tal, acabará por resultar num lindo serviço). Parece-me também que um dos lados das trincheiras políticas está em vias de ganhar a guerra, não em prejuízo do jornalismo de esquerda (tão abjecto, para meu gosto, que o de direita, quando ambos mal assumidos), mas do jornalismo de qualidade. Espero estar redondamente enganado, mas o cenário nos diários é preocupante e pela parte que me toca corro o sério risco de passar a ser um não consumidor militante quanto a versão "pagante", pelo menos.

Nota Final: terei imenso gozo em estar daqui a um ano a dizer que afinal o DN surpreendeu pela positiva e que se converteu numa boa estrela do jornalismo português. Que assim seja. Para já, barbinhas de molho…

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