Jornais de referência: a vez do DN (actualizado)
Isto está tudo ao contrário. No Público deveriam ter começado por mudar a direcção. O que se fez? Mudou quase tudo menos isso.
No Diário de Notícias passou-se o ano a construir uma redação muito à custa da sangria do Público. Quando o plantel aparentou estar completo e começou a treinar correu-se em bloco com a direcção. Parece-me pena demasiado pesada para um breve pecadilho de "causas" e parece-me até má pontaria quanto às causas das (generalizadas) perdas de audiência… O que é bem verdade (como ontem mesmo aqui se sublinhava) é que o DN não existe para a Internet, existe apenas pobremente na Internet. Mantêm-se estagnado neste meio, nem edição on-line, nem uns míseros comentários, nada. Claramente aquela redação tinha, tem, de ser posta a render de outras maneiras. Duvido contudo que esse aspecto, geralmente ligado a investimentos de arranque significativos se possa imputar integralmente à direcção do jornal, ou pode senhor Joaquim Oliveira?
É esperar para ver, mas pela minha parte estou à espera do Murphy ao virar da esquina, da lei de Murphy. Espero não ter de vir aqui clamar em breve por uma edição em Português do El País.
Adenda III – alguns destaques na blogoesfera sobre o mesmo assunto (em actualização):
- Luis M. Jorge em A Vida Breve: "DN."
- Listagens de posts via Blogservatório.
- Vendas do DN ao longo dos últimos seis anos no Diário Económico.
February 16th, 2007 at 3:34 am
A culpa não é só da direcção! Quem conhece o jornal, sabe que o DN tem vindo a perder credibilidade diariamente desde que começaram a pôr estagiários a mandar em redactores com anos de profissão. A direcção nem passava lá muito tempo… A culpa residirá mais na estrutura intermédia, nos executivos, diz-me quem já lá trabalhou.
February 16th, 2007 at 3:39 am
Luís, no DN o que vale não é a lei de Murphy, mas o princípio de Peter. De Peter Pan, se quiser. Se a direcção do DN tem responsabilidade nalguma coisa é saber dos erros que têm sido cometidos enquanto está fora e não ter feito nada. Aquilo é a subversão total e eles para não se chatearem muito deixaram andar. Não queriam chatices, acabaram despedidos. Sem glória. E continuam lá os principais responsáveis por este status quo. São os suspeitos do costume, os que se mantêm anos e anos a fio, fazendo o que querem a seu bel prazer. E que se defendem todos uns aos outros nestas alturas.
February 16th, 2007 at 3:39 am
Luís, no DN o que vale não é a lei de Murphy, mas o princípio de Peter. De Peter Pan, se quiser. Se a direcção do DN tem responsabilidade nalguma coisa é saber dos erros que têm sido cometidos enquanto está fora e não ter feito nada. Aquilo é a subversão total e eles para não se chatearem muito deixaram andar. Não queriam chatices, acabaram despedidos. Sem glória. E continuam lá os principais responsáveis por este status quo. São os suspeitos do costume, os que se mantêm anos e anos a fio, fazendo o que querem a seu bel prazer. E que se defendem todos uns aos outros nestas alturas.
February 16th, 2007 at 10:38 am
Talvez o Pedro tenha razão. Há algumas pistas (ou tiques) que podem encaixar nessa teoria, mas não tenho informação privilegiada para confirmar.
Desde 2003 o DN já teve três directores, fora os interinos. Só no pós 25 de Abril houve tanta rotação. Aproxima-se o quarto… Até prova em contrário só se vêem chicotadas psicológicas.
February 16th, 2007 at 4:47 pm
Os joaquins oliveiras da nossa imprensa terão alguma culpa, mas nem serão os mais culpados. As sucessivas direcções dos jornais pactuam com os cortes que os obrigam a contratar estagiários atrás de estagiários – e contratar aqui é muitas vezes um eufemismo, trabalham à borla até acabar o “contrato” e depois têm de dar o lugar a outro!
Na fotografia ainda é pior, é evidente a negociata entre alguns editores (nem todos, claro, e não me estou a referir ao DN em particular) e algumas agências: “eu publico aqui os vossos trabalhos e vocês publicam lá os meus”.
Os próprios fotojornalistas têm culpas por elegerem para o sindicato os seus… editores, isto é, aqueles que são pagos para os obrigarem a trabalhar muito mais horas sem a devida retribuição.
Há também a publicidade disfarçada de artigo, especialmente nas revistas de fim-de-semana em pseudo-artigos de moda… ou a falta de cultura jornalística de muitos repórteres que se julgam uns escritores… etc, etc, …este tema dava para escrever uma tese.
February 17th, 2007 at 2:04 pm
Devo confessar que sou um leitor assiduo do DN e que gostava bastante na linha editorial que tinha desde que o António José Teixeira e restante equipa. Aliás, muito melhor que a de Miguel Coutinho, ou mesmo Mário Bettencourt Resendes. Eu era leitor do Público e mudei para o DN porque se tornou num jornal muito melhor, mais completo e com melhor jornalismo. Pelos nomes que têm vindo a ser avançados para a nova direcção, parece que querem tornar o DN em mais um jornal popularucho, a bem das audîências, claro, porque o resto é conversa!
January 13th, 2009 at 10:22 pm
[…] ainda no campo dos jornais de referência, a blogosfera abordava, a 16 de Fevereiro, a demissão da Direcção do Diário de […]