Caro Pedro Mexia ,

a última vez que ouvi alguém rir tão bem de si próprio (como me parece que leio no Estado Civil) foi numa entrevista de Omar Shariff a Herman José, já há alguns anos.

A menos que a comparação resulte de um erro de análise meu (é o mais certo), fica mais uma prova de que há dois caminhos inteiramente distintos para se chegar a romA. Por outro lado, pode ser que chegando-se lá pelo atalho, haja tempo para passear pela alternativa bem animada que Shariff experimentou. Em desespero de causa faça-se sócio do Sporting. O Santo António em Alvalade e a sempre verde esperança e tal.

Escrevia eu no velho Adufe a 15 de Abril de 2005:

"Devo estar a ficar velho. Cada vez acho mais piada às figuras que faço.

Quando ainda via os programas do Herman lembro-me de ter apanhado uma entrevista a Omar Shariff um grande actor (egípcio) que fica para a história do cinema pelo protagonismo em Doutor Jivago, entre outros.
Em poucos minutos abordou a carreira, os vícios, breves trechos da sua vida privada. Recordo-me dessa entrevista em particular pela espantosa capacidade que demonstrou em fazer humor, um humor com classe, de alto nível, daquele que dispensa asneiradas e que é absolutamente transversal, entendível por qualquer ser humano, independentemente de classe, credo e demais diferenças de cultura. Basta que se tenha vivido.

O seu humor era particularmente desarmante porque se ria de si próprio. O tipo que melhor conhece à face da terra.
Penso para comigo que chegar aos oitenta assim, não seria nada mau. Se pudesse ser mais cedo, melhor ainda.
Mas é difícil, demasiado difícil."

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