A alergia é a novos impostos. Estou no estado tal de saturação perante novas taxas, taxações, impostos e impostinhos que até quanto a questões de princípio como seja "sim ou não a um imposto sobre sucessões" me abstenho de opinar. Digamos que estou temporariamente incapacitado para ver a bondade de novas fontes de receita para o Estado. Adiante.

Quanto às complementaridades discretas têm a ver com os exemplos emanados da "responsabilidade social da riqueza" e das "dívidas sociais" sentidas por alguns bem sucedidos. Ainda que as expressões tenham entradas directas no prontuário das alergias de uns quantos ismos (geralmente confundidas com uma pejorativa "caridadezinha") é difícil antipatizar com tais provas de … altruísmo de baixa intensidade. Longe estamos de Lázaro, bem entendido! E mais do que ter simpatia faltam-me os argumentos de oposição quando me sobram pela cabeça palavras como exemplaridade, pragmatismo, realização, humildade, discrição.

Enquanto uns e outros se digladiam em torno da política fiscal e do grau de intervencionismo estatal (e ainda outros como eu convalescem de choques anafiláticos), ninguém impede vossa excelência, leitor abonado muito para além das suas necessidades, de se inscrever intimamente na nobilíssima lista não listada dos portugueses de boa cepa que com toda a liberdade investem e investiram com paixão e amor (not quite the same) naquela coisa que lhe dá o prazer supremo, quase secreto, que vem da cumplicidade intransmissível entre o que fez e o bem que sente e vê à distância ter provocado na existência dos outros.

Será essa atitude liberal? Iliberal? Estará na moda? É coisa de antanho? Deixe essas dores de cabeça para os istas e agradeça aos liberais à moda antiga que lhe fazem a melhor publicidade que se pode ter.

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