A ventoinha ruidosa do portátil esgota-me a amplitude do ouvido. Foi pelo olfacto que ela se anunciou chegando-me pela nesga da janela aberta.

Está chover em Lisboa. Já há alguns meses que não chovia de forma sonora, o tempo suficiente para hoje as ruas exalarem o cheiro a terra molhada. Mesmo aqui, no meio do asfalto, é possível fechar os olhos e sentir a humidade quente e intensa como se estivesse lá, debaixo de um freixo à beira do regato.

Update: Se calhar é melhor sair debaixo do freixo. Está a cair uma trovoada valente. 

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