Apesar de não ter pegado no assunto por aqui, a novela já vai longa e não consigo deixar de sentir que o governo anda a atirar demasiada areia ao ar.

Há situações onde me parece razoável juntar o útil ao necessário, a saber: reduzir os custos com a saúde, maximizando o eficiência dos gastos públicos e ao mesmo tempo melhorando os índices de segurança no parto. Noutras regiões do país, o risco acrescido que implicam deslocações longas e demoradas entre as residências e as maternidades disponíveis parece ter sido largamente ignorado na contabilização dos ganhos e perdas. Com isto fica no ar – por via da justificação genérica dada pelo governo  e pela falta de argumentos precisos para cada situação concreta – a ideia de que a questão da segurança nos cuidados de saúde serve apenas de pretexto.  O DN hoje evita a perspectiva de analisar cada caso e aborda a questão de forma mais lata. Com toda a oportunidade, sublinhe-se. Ficam os parágrafos do dia e a ligação para o texto integral.

" (…) Silêncio em relação ao privado

"Não entendo o silêncio da tutela e da Ordem dos Médicos em relação ao sector privado", critica o ginecologista/obstetra Miguel Oliveira da Silva. Para o professor da Faculdade de Medicina de Lisboa é imperativo actuar também nesta área.

"Dificilmente as clínicas privadas fazem 1500 partos por ano, mas o que gostaria de saber é quantos partos faz cada médico que ali trabalha. Apesar de muitos deles acumularem com o público, quantos têm a prática considerada de segurança?" Além disso, o obstetra garante que poucas clínicas terão pediatras neonatologistas – um dos requisitos considerados básicos – "porque os grandes prematuros são todos transferidos". "O ministério tem de aplicar os mesmo critérios. O privado tem de ter a mesma qualidade", sublinha."

Maria José Margarido e Rute Araújo no Diário de Notícias de hoje. 

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