Os parágrafos do dia
Apesar de não ter pegado no assunto por aqui, a novela já vai longa e não consigo deixar de sentir que o governo anda a atirar demasiada areia ao ar.
Há situações onde me parece razoável juntar o útil ao necessário, a saber: reduzir os custos com a saúde, maximizando o eficiência dos gastos públicos e ao mesmo tempo melhorando os índices de segurança no parto. Noutras regiões do país, o risco acrescido que implicam deslocações longas e demoradas entre as residências e as maternidades disponíveis parece ter sido largamente ignorado na contabilização dos ganhos e perdas. Com isto fica no ar – por via da justificação genérica dada pelo governo e pela falta de argumentos precisos para cada situação concreta – a ideia de que a questão da segurança nos cuidados de saúde serve apenas de pretexto. O DN hoje evita a perspectiva de analisar cada caso e aborda a questão de forma mais lata. Com toda a oportunidade, sublinhe-se. Ficam os parágrafos do dia e a ligação para o texto integral.
" (…) Silêncio em relação ao privado
"Não entendo o silêncio da tutela e da Ordem dos Médicos em relação ao sector privado", critica o ginecologista/obstetra Miguel Oliveira da Silva. Para o professor da Faculdade de Medicina de Lisboa é imperativo actuar também nesta área.
"Dificilmente as clínicas privadas fazem 1500 partos por ano, mas o que gostaria de saber é quantos partos faz cada médico que ali trabalha. Apesar de muitos deles acumularem com o público, quantos têm a prática considerada de segurança?" Além disso, o obstetra garante que poucas clínicas terão pediatras neonatologistas – um dos requisitos considerados básicos – "porque os grandes prematuros são todos transferidos". "O ministério tem de aplicar os mesmo critérios. O privado tem de ter a mesma qualidade", sublinha."
Maria José Margarido e Rute Araújo no Diário de Notícias de hoje.
May 13th, 2006 at 11:41 pm
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May 14th, 2006 at 2:02 pm
Mas quem paga os privados? Para além de fiscalizar a qualidade, o que é que o Estado tem a ver com o facto de uma clínica privda fazer x ou y de partos por ano? Até podem fazer um parto por dia (365 por ano) e considerar que é suficiente, do po nto de vista financeiro…
May 14th, 2006 at 11:25 pm
Tanto convite por mores de quê
May 15th, 2006 at 1:39 am
Para ti Mónica. ..Joana…Vanessa…ou outros meninos:
Escrevo-vos como pai.
Não vos conhecia pessoalmente, apenas tomei conhecimento da vossa existência pela forma bárbara e atroz como as vossas fugazes vidas desapareceram. Nem consigo imaginar todo o sofrimento porque passaram….não quero tão-pouco imaginar. Vocês não tiveram a culpa…vocês não têm culpa! Imagino-vos com o meu B.: pequenotes, espertos, com muita vida e alegria, com amor e carinho do pai de da mãe…esta é a imagem que prefiro e quero recordar de vós que não conheci.Espero sinceramente que no sítio onde vocês estão, possam ter a felicidade de ser amados, possam ter o prazer de brincar com uma boneca ou jogar à bola, possam ser traquinas como todos os pequenotes como vocês são. Possam olhar para o sol e perguntar ao pai e a mãe como se vai para lá e porque não se pode guardar um bocadinho para à noite iluminar o quarto. Mas a isto vocês não tiveram direito. E porquê? Porque algum problema aconteceu, algo de profundamente estúpido falhou…algo que nunca devereia acontecer a um menino/a como vós…desculpem-nos todo o sofrimento e a dor indescritível que vos causamos..não vos soubemos compreender ou tão pouco escutar-vos….Vocês não tiveram a culpa, mas nós sim! A culpa é de todos os nós, que directa ou indirectamente pactuamos para que assim aconteça…
Esta carta é assim o reconhecimento da minha cota parte de culpa no sucedido: eu e a minha cara-metade assumimos esse reparo….Prometemos de alguma forma tentar modificar este triste sistema em que os homens matam crianças de forma brutal, animal, como se fossem decepar a cabeça a uma couve.
Perdoem-nos….e rezem por favor para que tal nunca suceda ao meu B. e aos B.’s de todo o mundo aquilo que vos aconteceu. Poderão ser esquecidos…mas ignorados…nunca…jamais.
De um pai que muito ama o filho.
A.F.