Na sequência deste post

Virtualmente cada pessoa pode defender um conceito diferente de Pobreza. Para dar um exemplo mais extremado (pela complexidade da tarefa) recordo-me que há alguns anos nas Filipinas, num inquérito onde "apenas" se queria perguntar aos habitantes de várias ilhas se se consideravam pobres, os investigadores tiveram de elaborar formulários com textos diferentes para tentarem aproximar o mesmo conceito.

Mesmo em ilhas onde a língua ou dialecto pouco diferiam, a conotação dada à mesma palavra podia ser radicalmente distinta (ao ponto de passar de inócua a ofensiva). Estudar a pobreza nesta perspectiva exige um estudo atento da semântica com o objectivo de entregar o máximo de subjectividade ao respondente e não ao investigador.

Neste sentido procurar um mínimo denominador comum não é um disparate. Por cá (na União Europeia via Eurostat e respectivos INE’s), não se pergunta a cada indivíduo inquirido se se considera ou não pobre, pede-se-lhe antes que escolha qual a qualificação de entre uma escala gradativa disponível que melhor responde ao grau de facilidade/dificuldade com que consegue fazer face às despesas do mês. Da análise desses resultados extrai-se um indicador de pobreza que poderemos baptizar de subjectiva.

(continua) 

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