A linguagem bélica recrudesceu este ano na imprensa. Tempos houve em que vivíamos sob o jugo do "alegadamente"; agora é só disparar.

Há cerca de três meses que me tem sido impossível espreitar a imprensa nacional sem apanhar com meia duzia de disparos por dia. A maioria na bolsa, mas nem todos.

Variável económica que se digne querer aparecer nas notícias tem de disparar qualquer coisa. Ainda que o PIB continue a arrastar-se.

Disparam os lucros, disparam as cotações na bolsa, dispara a inflação, dispara o desemprego, dispara o número de falências, dispara a ocupação hoteleira, disparam os combustíveis, disparam os parques eólicos inaugurados, dispara o número de OPAs, disparam os voos das low costs, disparam os anúncios de reformas… Dispara tanta coisa que lhe perco o conto. Surdos, corremos o risco de ficar surdos?

Sussursando ao ouvido repito o epitáfio a evitar "Governou com o fulgor e a determinação necessários em 1995. Quis o destino que só tomasse posse 10 anos depois."

Que o Colete esteja connosco. Ã?men. 

Discover more from Adufe.net

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading