José Gil no seu Portugal, Hoje que C. fez o favor de me oferecer* – thanks! –  falava a páginas tantas que em Portugal parecemos passar da pré-modernidade (simplificando: da ditadura) directamente para um Estado de Controlo (democracia pouco enraizada num meio dominado pela tecnologia ao serviço das representações do poder da comunidade).

O que se está a passar (e também o que não se está a passar) na justiça, no envolvimento/regulação crescente do Estado relativamente à imprensa e os disparates que vamos ouvindo da boca de políticos e ministros (Freitas do Amaral, Augusto Santos Silva) da actual maioria, deve ser motivo de preocupação. Tanto maior quanto será extremamente difícil corrigir derivas controleiras que se intalem sob os mais variados pretextos. Digamos que tenho tanto medo da minha ingenuidade quanto tenho predisposição para aceitar algumas inevitabilidades controleiras, em desespero de algumas causas. Nem todo o controlo é mau, mas devemos ter perfeita noção dos riscos menos evidentes de algumas medidas que servem objectivos iniciais mais ou menos nobres…

Leituras recomendadas n’A Origem das Espécies. Esperemos que o Francisco esteja a exagerar, mas o que temos a perder em estar atentos e em reagir? Tem sido este o meu mote mais peréne desde que uns certos e determinados neorónios começaram à conversa na minha cabeça há uns anos atrás. Os mesmos que me levaram a abominar Cavaco Silva, Dias Loureiro e outros assim, por exemplo. Curioso, não?

* Livro que comecei por achar uma colecção de lugares comuns – muito cá de casa, alguns deles – mas que com o avanço na leitura me vai parecendo cada vez mais uma excelente fonte de conceitos para preparar uma discussão e um belo ninho de deliciosos paradoxos envolvendo o próprio livro.

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