Nem sei bem porquê, mas ainda bem que aconteceu. O relatório do Tribunal de Contas hoje divulgado parece estar a contribuir para desmistificar mais um desses mitos do rigor, competência e defesa do interesse nacional que nascem não sei bem como. Foi confrangedor ouvir Manuela Ferreira Leite hoje aos microfones da rádio a tentar justificar-se, mas bem mais confrangedor será ter de conviver com a pesada herança. Eis um excerto da prosa do Irreflexões desta madrugada na GLQL:

"Num assustador Relatório de Auditoria revelado recentemente pelo Tribunal de Contas (disponível aqui) ficamos a saber que a diferença entre os montantes transferidos e as responsabilidades assumidas pelo Estado podem atingir qualquer coisa como 1.800 milhões de euros, no cenário mais pessimista.

Isto sem contar com a perda de receita fiscal, que seria gerada pela actividade dos fundos de pensões privados.

Reparem, 1.800 milhões de euros que não correspondem a investimento em infra-estruturas, ou em desenvolvilmento humano.

São, tão só, o preço da arrogância e do tão propalado "rigor" da Dr.ª Manuela Ferreira Leite.

Preço esse que irá subir no dia em que fizermos as contas aos custos da venda da rede fixa à PT na economia nacional, das operações de securitização, etc., etc., etc.

Endividou-se brutalmente o país para compor cosmeticamente o défice em 2002, 2003 e 2004. Qualquer medida servia. Dinheiro deitado à rua!

Face a isto, antes pagar as SCUTS, o TGV e, nunca pensei dizê-lo, a Ota. Muito ou pouco reprodutivo, ao menos é investimento. (…) O que eu gostava de saber é quem é que vai responder por este crime contra as contas públicas."

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