Ela: Isto é verdade?!

Ele: O quê?

Ela: O que o Ministro das Finanças está a dizer, que daqui a 10 anos já não há dinheiro para pagar todas as reformas?!

Ele: Yep. O dinheiro que há poupado nunca gerou rendimento para pagar as reformas. Sempre dependemos das contribuições dos trabalhadores do momento para pagar as reformas do momento. Como os dois somos filhos únicos, haverá menos duas pessoas para pagar as nossas reformas (que até deveriam ser simpáticas), do que as que há hoje para pagar as minúsculas reformas de subsistência dos nossos avós. A matemática do futuro é fácil, meu amor… Mas como é que ainda te espantas com isso. Há meses que esse é já um dado adquirido e divulgado sobejamente por este governo.

Ela: Como é que foi possível chegarmos a isso?

Ele: Os teus amigos Cavaco e Durão deram uma valente ajuda não pondo dinheiro no mealheiro da segurança social e aumentando os valores de algumas reformas, mas esse seria um julgamento com muitos culpados. demsaidos amigos meus fizeram vista grossa e ajudaram a matar a galinha. Acções que aceleraram o problema… A preguiça intelectual que nos leva a crer em quem nos oferece sempre o paraíso, os nossos brandos costume e fraco sentido de justiça, junto com algum comodismo exagerado são também suspeitos muito válidos nesse julgamento. Em suma, pergunta errada meu amor. Interessante para traçar boas práticas, para um horizonte de médio prazo, mas errada para garantir uma solução de compromisso entre as reformas dos nossos país e as nossas.

Ela: Então?!

Ele: Pergunta antes como é que vamos conseguir ultrapassar isso. E já agora responde: assim por alto, cortando e bem no valor das reformas actuais para garantires que todos receberão alguma coisa, tu incluida, daqui a uns anitos.

Ela: Então e se trabalharmos mais uns anos?

Ele: Ajudará um pouco, adiará o problema mais uns anos, mas terás sempre que mexer nas reformas, ou desatar já a ter uma carrada de filhos. Essa medida e a capacidade de gerares riqueza será o teu melhor Plano de Poupança Reforma, mais ou menos como acontecia no Antigo Regime, nos tempos feudais. Quem não tinha filhos estava lixado, agora estamos quase todos.

Ela: Mas o povo não vai deixar, vai revoltar-se, ainda parte a loiça e dá cabo de algum novo aeroporto!

Ele: Não te preocupes. Não é nada que não se resolva com um excelente Presidente da República.

Ela: A sério?!

Ele: Não. Estava a brincar. 

Virgílio Poltronas (o hooligan de estimação do Adufe) 

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