Quando era Ministro em Portugal, Pina Moura vendeu parte da EDP, a empresa da energia de Portugal controlada pelo Estado português, à Iberdola (uma das maiores empresas da energia de Espanha).

A Iberdrola é um dos principais rivais/concorrentes da EDP/Hidrocantábrico. A Hidrocontábrico é outra empresa de energia de Espanha, mais pequena, controlada pela EDP.

O actual Ministro que tutela as participações do Estado na EDP, Manuel Pinho, pertence a um governo suportado pelo mesmo partido que suportava o governo em que Pina Moura foi Ministro.

Pina Moura é hoje presidente da Iberdrola em Portugal e deputado à Assembleia da República pelo PS, tendo encabeçado a lista pelo círculo da Guarda – se não estou em erro.

Como a Iberdrola tem mais de 5% do capital da EDP quer ter acesso às reuniões onde se tomam decisões estratégicas para a EDP.

Em Portugal, ao contrário do que acontece em Espanha, não há nenhuma lei que proiba um accionista que controle uma empresa rival, de participar nas reuniões mais secretas e vitais que definem as acções dos seus concorrentes. Contudo, em mais nenhum outro sector de actividade onde essas participações cruzadas existem (concorrentes têm partes minoritárias do capital de outros concorrentes), se pratica tal coisa: acederem aos conselhos de administração dos rivais.

Repito, a Iberdrola, com pouco mais de 5% do capital da EDP, quer ter o seu representante no conselho de administração da EDP. O Ministro Manuel Pinho acha bem e deve ter ido explicar isso ontem ao Presidente da República que deve andar muito desconfiado com o regular funcionamento das instituições democráticas. 

O Paulo Ferreira que assina hoje o Editorial do jornal Público (ligação não disponível) acha mal. E você, o que é que acha?

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