Dos efeitos perniciosos dos balanços finais de ano:

" (…) — Ah, estou a ver. Estás deprimido porque chegas a esta altura e angustia-te a ideia da passagem do tempo, esse sacana. Mais 365 dias para o galheiro e tu sem cumprires os teus projectos utópicos e eternamente adiados. É isso?
— Não, pá. Não é nada disso.
— Então é o quê?
— São os balanços.
— Os balanços?
— Sim. Desde o princípio do mês que ando a ganhar balanço mental para os balanços do ano. E escreve o que eu te digo: como as coisas andam em termos de oferta, se quiseres ser sério, mas mesmo sério, isto é coisa para dar cabo de um gajo. Literalmente, pá. Literalmente.
(…)"

in A Invenção de Morel  

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