Na sequência desta notícia

Apesar do título pomposo do post, é mesmo assim que eu vejo a coisa. Informação é poder, certo?  Ou se quisermos ver as coisas ao contrário: viver na ignorância é o pior dos destinos em que podemos cair. Não saber, não é opção. E aqui entra o INE com o seu contributo para mitigar a ignorância, tirando retratos sucessivos ao país, recorrendo às mais variadas cores que enchem o nosso dia-a-dia. Ora, daqui a uns anos, havemos de ter que discutir e decidir definitivamente o tipo de administração pública que queremos (por enquanto desconfio que andamos ainda e apenas a registar onde se pode poupar mais ou menos acriticamente). E que tal discutir um bocadinho o INE, essa instituição que, como verão, tem sido cobaia em algumas das inovações a implementar futuramente na administração pública? Que tal começar com pequenos passos? Falo deste que me interessa particularmente e numa altura que acho particularmente propícia: na tomada de posse de uma nova direcção.

Nos últimos 7 anos passei por três áreas distintas do INE usufruindo das oportunidades de uma formação académica num curso generalista. Pelo caminho, também fruto do enviesamento da formatação académica, fui construindo uma imagem macro do INE que veio a complementar outras ideias mais antigas. Enfim, nos tempos vagos, perco algum tempo com questões como as que se seguem, em jeito de manifesto para renovar alguma alegria no trabalho (mais que não seja perseguindo esse objectivo muito pessoal).

  •  Penso que trabalhar para o Estado, seja como político ou como quadro num organismo público, acarreta sempre responsabilidades redobradas. A isto acresce que prestar serviço público numa instituição como o INE, onde a independência face ao poder político tem de ser reafirmada todos os dias, atribui responsabilidades ainda mais singulares a quem aí trabalha. 
  •  Ao país não basta ter técnicos independentes, é fundamental tê-los competentes e com recursos para captarem a realidade económica, demográfica e social do país:
    • Um dos recursos mais escasso na história do INE tem sido a colaboração incondicional de outros organismos do Estado (coisa rara, muito rara e paradoxal quando inquirimos quase todas as famílias e empresas do país);
    • Outro recursos escasso tem sido o cumprimento de compromissos por parte das sucessivas tutelas (outra coisa raríssima, estrutural, digamos assim).
  •  É por tudo isto que passa o movimento perpétuo de assegurar e manter a credibilidade e a utilidade de uma instituição como o INE – juntemos-lhe a omnipresente obrigação de assegurar o segredo estatístico das respostas individuais, recolhidas junto dos inquiridos.
  • Finalmente, há ainda outra exigência: a garantia de que a própria qualidade da informação estatística produzida pode ser medida (pelo menos de forma aproximada) e que as suas diferentes gradações devem ser abertamente divulgadas e assumidas junto do público.

Continua amanhã às 9h30m

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