Do comunicado do conselho de ministro de ontem:

“I. O Conselho de Ministros, na reunião de hoje, que teve lugar na Presidência do Conselho de Ministros, aprovou os seguintes diplomas:

1. Decreto-Lei que atribui um regime especial de autonomia administrativa e financeira aos laboratórios do Estado

Com este Decreto-Lei atribui-se – e, em muitos casos, repõe-se – a autonomia administrativa e financeira aos laboratórios do Estado. A eliminação desta autonomia em 2003 foi, sem dúvida, um forte entrave à sua actividade e capacidade de intervenção.
Este regime permite a optimização de meios e de recursos financeiros e possibilita uma actuação mais eficaz por parte das instituições abrangidas na prossecução dos seus objectivos e do desenvolvimento científico e tecnológico português.(…)”

Só uma perguntinha: então e o INE? Aquela instituição que se quer inequivocamente independente do Estado quanto à sua capacidade de análise técnica sobre a realidade do país continua sem a autonomia financeira que lhe foi retirada por Morais Sarmento? Porquê? Não será também um forte entrave ao que é e ao que parece ser a sua independência técnica?

É que qualquer dia teremos de concluir que para este governo continua a ser conveniente esta espécie de rédea curta onde quem gere o INE ou por lá trabalha nunca sabe literalmente com o que pode contar no dia de amanhã.
Juntem-se as restantes notícias sobre questões estatísticas (atente-se no Diário Económico e no Jornal de Negócios dos últimos dias) e fica um estranho cheiro no ar… Será um conveniente “desleixo”, será uma guerrilha política entre instituições?
Enquanto leitor dos jornais adivinho agendas escondidas numa área onde tudo deveria ser absolutamente transparente.
Em suma, passados tantos e tantos anos de reformas e reeestruturações no sistema estatístico nacional não se vê ainda um conjunto de procedimentos claros e eficazes que permitam servir de forma estável e segura quem quer ter informação credível e de qualidade.

Entretanto o tempo vai passando e a coisa não vai melhorando, como é óbvio. A quem interessa esta situação?

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