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Todo o horizonte tem um vale, tem um monte.

Um dia alguém voltaria para se prender por aqueles montes.
As raízes ancestrais deixariam de sentir a ameaça da ruptura para servirem a falsa errância do citadino.
Um dia o poeta que renegou o campo não seria nem rude, nem acossado,
não se sentiria dilecto, nem fascinado.
Encontraria o seu lugar impossível, surpreendendo-se, de caminho, coleccionando momentos de deslumbramento.

Um dia alguém voltaria para lançar uma amarra àquele monte.
Alguém retornaria encontrando nele o contínuo da viagem que partilha com a cidade.
Apenas a paisagem foge ou se queda. O tempo vive-se na nossa muito própria curva.

O outro Tempo… Esse permanece escondido no seio da montanha, nas entranhas do átomo, na linha perdida da grande urbe.
Ao mistério juntamos a nossa corda de mil amarras, ora concava, ora convexa, ameaçando o novelo, em finito movimento.

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