(…) O corpo da mulher é um real objecto de arte. Habituámo-nos. Queremo-lo. Mas o corpo dos homens tem os seus mimos. Gosto de tudo, mas, sobretudo, das barrigas, dos rabos, das pernas. Gosto das barrigas a sério. De um pedaço de barriga. De qualquer coisa que se agarre, apanhe, feche nas mãos. Gosto dos defeitos. Das cicatrizes. Dos sinais. Das marcas de operações, dos transplantes de pele. O pénis é muito feio, muito arrogante; acha-se grande coisa, mas é completamente totó! Que objecto tão mal feito – não me refiro a questões de ergonomia! Não se fez para a contemplação, é isso, tenho pena. Um homem nu, deitado de bruços, é o meu jardim de delícias e só penso em amolgar-me toda sobre aquela perfeição, beijando-a na nuca e na cintura e na curvazinha que a nádega faz ao transformar-se em virilha e na curvazinha dos joelhos. Nossa Senhora dos Aflitos! (…)

Isabela, n'O Mundo Perfeito (Peço desde já perdão às futuras buscas no Google sobre a Nossa Senhora dos Aflitos que aqui venham ao engano. Coisas da liberdade literária de outrém)

Discover more from Adufe.net

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading