O melhor nisto tudo é mesmo a festa que será tanto maior quanto melhor for o espetáculo em campo. Uma festa com raízes ancestrais, anteriores aos jogos de bola.
Hoje um Benfica – Sporting já não é uma batalha política, para lisboeta ver, entre o clube do povo e o representante de alguma elite alinhada com o regime. Alias, nunca se resumiu a isso. Os jogadores da bola, felizmente, sempre foram contrariando as manigâncias dos poderes, quer do vermelho (perdão, encarnado) quer de uma certa tendência pró-fascista. Se não fosse assim isto (“Sporting Clube de Portugal e a Benquerença”) que aqui escrevi há dias nunca teria acontecido. Não teria havido violinos afinados em campo, nem petardos de quarenta metros a furarem sistematicamente o fundo das balizas adversárias, encaminhados por panteras de Ã?frica.

Hoje uns pedincham um direito adquirido porque já há demasiados anos não ganham, outros acalentam um sonho de chegar onde nunca estiveram.

Pela minha parte vou alinhando pelo “quer se possa, ou não se possa, a vitória será nossa”, só para ter pretexto para a festa, sem lhe puder fugir, sem lhe querer escapar.
A diabo não está no jogo da bola, nem em Fátima, nem no fado, está noutro sítio, como sempre esteve. Está na ausência de nós próprios.
O combate a essa ausência também se pode fazer participando nesta festa; nem aqui a história se resume ao preto e branco.
Até mais logo e que ganhe o melhor.

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