Parece, dizem, que referendar questões relacionados com os direitos dos homossexuais no mesmo dia em que se votou para a presidência dos Estados Unidos terá tido um efeito bola de neve em favor da candidatura Republicana. Como se a questão que tocava mais fundo em alguns estados onde a moral cristã é lei tivesse contagiado a outra votação, como se votar em John Kerry fosse incoerente com votar a favor da igualdade de direitos para os homossexuais, como se a presidência se resumisse a isso… Dizem, lá na América, desde o momento em que se começaram a conhecer os resultados definitivos. Provavelmente, dizem bem.

Por cá Santana Lopes tenta o mesmo jogo, lançando o isco ao eleitorado mais conservador que eventualmente esteja a pensar ficar em casa. Parece-me que desta vez, o PS não mordeu o isco e Sócrates capitalizou a sua posição já antiga de distanciamento face à igualdade absoluta de direitos (envolvendo, por exemplo, a questão dos direitos de adopção). Para este PS há ainda um caminho a percorrer nesta matéria (consultar arquivos do adufe para conhecerem a “evolução/discussão” que por aqui se fez) e, claramente, face aos problemas em cima da mesa, esta não será uma prioridade na próxima legislatura e, muito menos, nesta campanha eleitoral. Apesar da minha opinião sobre o assunto, parece-me muito bem. Assim como me teria parecido muito bem o oposto, caso Sócrates tivesse a história passada de Zapatero. A táctica ao serviço da estratégia. Esta é uma daquelas situações…

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