Em quatro dias os contactos com a realidade portuguesa resumiram-se ao natal dos hospitais e a uma entrevista ao melhor produtor de espargos em conserva da Africa do Sul – um português; tudo graças aos serviços de satélite de um hotel em Triste e à RTP Internacional.
Houve ainda um outro aspecto curioso da “realidade” portuguesa que surgiu durante a viagem e que agora relato.
Um simpático italiano com que passei algumas horas interpelou-me a propósito da viagem de Cristovão Colombo. Andou a ver um filme com uma história do senhor… A interpelação do moço, muito delicadamente posta, queria saber se por cá continuavamos a ser tão burros como o fora o nosso rei D. João II ao dar um biqueiro no cu ao dito Colombo enviando-o para os braços dos reis católicos para logo a seguir este descobrir a Ã?ndia… digo a América.
Sem abusar demasiado do mito dos serviços secretos joaninos a conversa terminou com um interlocutor convencido da não burrice dos portugueses do passado.

Até hoje ainda não conheci um estrangeiro não residente em Portugal (salvo um casal de judeus ingleses, se a memória não me falha) que não desconheça em absoluto o papel do nosso pequeno país na história da Europa e de boa parte do mundo. Mais um para a conta que ficou embasbacado com a sua própria ignorância. É bom quando pelo menos a reacção é essa.

Em relação aos tempos modernos, alguns episódios da história recente lusa e italiana aproximaram-nos de imediato quanto às apreciações relativas aos níveis de burrice e desgoverno dos representantes que escolhemos. Bom, mas isto já é conversa gasta, para não esquecer. Uma conversa que segue dentro de momentos.

(o título deste post foi alterado e o texto ligeiramente re-editado)

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