Uma fotografia antiga da Origem do Amor“(…) E o mais curioso, é que embora pincelado de nostalgia, e fascinado pelo jogo de memórias que desfilavam à minha volta, tudo pareceu mais pequeno, mais sujo, mais velho, e principalmente tão menos fascinante. O recanto lá estava, e eu lembrava-me dele, mas pintado de outra forma. Pintado como um local quase celestial, diria até místico. Afinal, era apenas um recanto muito pequeno, sem nada de especial a assinalar.

A blogosfera é como esse recanto.Os momentos aqui não são eternos. São passagens diárias. São risos que se leram quando não riamos, momentos de inteligência que nos despertam do sono da preguiça criativa, frases que nos guiam em dias escuros, lamentos e pedidos de ajuda que nos fazem querer ajudar. Isto aqui é um grande prédio, onde embora nem todos se falem, todos se observam. Cada cabeça com sua sentença, mas todas sabendo as regras, necessidades, e desejos, de todo o condomínio. Quando saímos e voltamos, reencontramos os nossos antigos vizinhos. E no elevador, no hall de entrada, nas garagens, não se deve nunca tentar lembrar o passado ou perder tempo com o que foi, com o que não se viu, com o que não se leu. Aqui só vale a pena falar da luz que é preciso mudar, da ideia de mudar as plantas da entrada, e de saber quem é a nova pessoa no 5ºB. Abri hoje a caixa do correio e estava atulhada de papel antigo. Deitei tudo fora. Na verdade, a maior parte até eram contas por pagar.”
“Um” Miguel que regressa.

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