Archive for November, 2004
Eleitores em busca do tempo perdido
O novo ciclo era demasiado previsível. Se não houver “estabilidade política” as culpas serão sempre partilhadas por quem criou os problemas (lembram-se de um tal Barroso?) e por quem não os soube resolver – quem se propõe permanentemente como alternativa.
Santana Lopes e o seu governo foram e são o exemplo acabado da situação a que não se pode dar um tempo. Em democracia é difícil imaginar pior, logo Sampaio tinha todas as razões para a urgência.
Merecemos uma alternativa audaz, clarividente e determinada. Os mesmos motivos que me levam a olhar com alguma admiração para o exemplo socialista espanhol, por exemplo. Vislumbra-se algo parecido por cá? Por enquanto não. Porquê? Boa pergunta! Há muito tempo que por aqui venho a pregar no deserto… Ora como não me tenho como nenhuma inteligência rara outros já deveriam ter acautelado do seu ofício se isso lhes interessasse.
Ainda assim é então tempo de espicaçar e procurar encontrar o que falta no Partido Socialista. Sócrates tem muito pouco tempo – e sempre teve! – para arrepiar caminho. Qual é o seu caminho? Os tempos à esquerda são particularmente exigentes, tanto o país como a esquerda precisa de mais do que a revisitação de 1995-2001 ou do que uma nova versão do marketing político enquanto meio e fim.
Eu continuo na minha: o PS ainda não fez a catarse (atente-se em Jorge Coelho, por exemplo) e sem isso imagino difícil chegar à solução crítica de que precisamos.
Além da vantagem evidente face à aberração Santana Lopes há ainda muito para caminhar no PS para nos conseguir oferecer um governo com projecto à altura das nossas ambições, das minhas ambições para este país.
P.S.: Já agora, alguém nos últimos dias usou publicamente a expressão “A moeda fraca expulsa a moeda forte” que não o tipo aqui do Adufe? É que depois do post referido tem sido muito popular.
Adenda: querem ver que foi o Cavaco?! Juro por tudo o que há de mais…sagrado que não o ouvi! E esta hem Rui? Mas o Expresso saiu no Sábado… Querem ver que o Professor é leitor do Adufe?! 🙂
Pergunta (act.)
O que será melhor para a primeira metade de 2005: os duodécimos de Ferreira Leite ou o orçamento de Bagão Felix?
Melhor para quem?
Não seria desperdício de células cinzentas ouvir economistas, empresários, sindicalistas, banqueiros e outros comentadores que apresentam o seu negativo veredicto sobre o orçamento para 2005 em discussão na Assembleia da República dissertarem sobre este tema… de forma clara.
Antes das aldrabas algarvias…
Faro, ontem. De um casalinho muito especial, ao longe.
Imagem um bocadito pesada em bytes.
Como disse que disse?! (act.)
Argumentos recentes e alguns datados encontrados por um pedaço da blogoesfera que quase me deixam sem palavras.
Com base num “suponhamos” diz-se que Sócrates não quer eleições agora porque:
– à Inverno não dá jeito para campanhas eleitorias;
– Ainda não tem a alternativa pronta – não coincide com o timming das Novas Fronteiras;
– O Governo ainda não está suficientemente desacreditado;
– Santana Lopes é imbatÃvel se lhe derem oportunidade para se vitimizar;
– As eleições são caras e o paÃs não tem dinheiro;
– Não é seguro que “já seja suficiente” para ganhar com maioria absoluta.
E por aà fora.
Eu não me tenho por um absoluto ingénuo e consigo perceber que por vezes o caminho mais curto não é ir sempre a direito mas, convenhamos que há um sentido de proporcionalidade e de perspectiva que deve regular o primado da astúcia e do cálculo.
Nada disto era imprevisÃvel, ou melhor, tudo isto era esperado há largos meses e há um custo inerente à manutenção do actual governo que por ser impossÃvel contabilizar alguns amigos tendem a ignorar ou a sub-valorizar.
Parece que se espera um óptimo virtual. Um momento óptimo absoluto, a altura certa de âvender as acçõesâ?.
Ora a vida e a vidinha não se fazem e não podem depender da descoberta de óptimos virtuais e as evidências recentes destes últimos quatro meses – ou serão quatro anos como quase perguntava há dias o JHP no Glória Fácil notando o lento passar das semanas após a chegada de PSL – são um bom pretexto para que se distingam as águas. Haverá quem mereça dizer: âa bem da naçãoâ? e aja consequentemente?
Há uma urgência que ninguém deveria negligenciar neste contexto, divertindo-se com a folha de cálculo. E o contexto é o de um tão único desgoverno. Este cálculo é apenas mais um sinal de quão pouco podemos esperar do senhor que se segue.
Texto dedicado ao Causa Nossa e ao BloguÃtica.
Amen?
Sobre a queda ou não queda está tudo dito há vários meses e a minha opinião também se mantem: eleições antecipadas já!
Contudo…
Desconfio que por estes dias e mesmo nesta esfera (atendendo à amostra) pouco se passará do frenesim e do repisar de tudo o que já se disse.
O que falta dizer ou ouvir dizer, praticamente desde a mesma altura, é que alternativas temos ou como se deveria resolver a “pesada herança”. Como “é evidente” isso só interessa ao menino jesus que era um tipo que se preocupava com o além.
Tirando umas honrosas excepções, quase todas à direita, com as quais vou discordando em demasia para me interessarem enquanto solução, à esquerda está tudo por fazer, ou quase.
Abatido o “inimigo comum” com o que ficamos verdadeiramente?
Com as eleições. Com o dia das eleições, com a varridela do extremo fundo-do-fundo da democracia apresentada. E mais?
Alguém se empolga com um tiro no escuro? Ou com umas novas fronteiras que têm um princípio tão bem delimitado?
Eu não. E agora vou olhar para Espanha e meditar, se me dão licença.
O que me interessa menos é a maioria absoluta do PS
Fiz uma silly season de dois dias no Algarve e regresso hoje – é a minha rentrée de Novembro 🙂
A primeira coisa que ouço é que o Benfica perdeu;
A primeira coisa que vejo é o Sporting a ganhar e,
A primeira coisa que cheiro é uma pestilência a podre vinda de um nado-morto que tem sido guardado na frigorífica da morgue ao longo dos últimos quatro meses. Parece que por manifesta incompetência alguém se tem esquecido de pagar a factura da electricidade. Volta a reclamar-se pela acção da brigada de dessinfecção que tarda.
E agora se me dão licença vou trabalhar que amanhã já é sexta-feira e há muita conjuntura para analisar.
Um pouco mais de sul
Ainda tenho umas aldrabas em carteira e algumas em vista que estiveram sempre aqui bem debaixo do meu nariz, mas hoje parto em comitiva em busca de outros exemplos para bandas do laranjal de Portugal.
Entretanto e que tal espreitar esta de Montemor-o-Novo?