Dito o que disse há pouco ao Timshel (num comentário) atribuo a chapelada do dia ao Portugal dos Pequeninos, atrevendo-me à reprodução integral:

O presidente do governo espanhol. José Luis Zapatero deu na passada sexta-feira uma interessante entrevista ao jornal Público. Quando a li, fiquei com a sensação de que, apesar da proximidade geográfica, continuamos bovinamente a milhas dos nossos vizinhos, como aliás sempre estivemos, mesmo com Franco. Não obstante os sorrisinhos e as amabilidades que fazem as “cimeiras ibéricas”, desde Gonzalez a Zapatero, a verdade é que nós jamais conseguimos acompanhar o estonteante “ritmo” espanhol. Nem na alegria nos podemos equiparar, muito menos nas prioridades ou na qualidade de vida. Zapatero explicou que cerca de um quarto do orçamento de Estado é destinado à ciência. Para mudarmos o modelo de crescimento temos de ter mais laboratórios, mais títulos académicos e menos tijolos, disse ele. Lopes terá percebido? E não o preocupa ficar na história como um “grande líder político”. Prefere antes ser conhecido como “um grande democrata”. De facto, e no momento em que decorria a primeira “cimeira” com Santana, o país de Zapatero introduzia uma modificação legislativa impensável há uns anos na catolicíssima terra do macho taurino, aparentemente com ampla caução da actual sociedade espanhola. Eu subscrevo a ideia de que nem o código civil nem qualquer igreja têm o direito de interferir na minha concepção de família. Não são quatro ou cinco artigos espúrios da lei ou um sermão que devem deterninar com quem é que cada um pode viver, dormir ou ser simplesmente feliz. De Espanha, finalmente, sopram bons ventos e bons casamentos.

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