Ainda a propósito do terror e matérias afins proponho um lema simples descoberto há muitos anos: conhecermo-nos a nós, conhecer o outro.

Acho que este é o único caminho seguro para enfrentar os nossos males do mundo e para reagir a qualquer provação. Aliás este lema não é uma reacção pontual, é tão simplesmente algo que nos deve acompanhar permanentemente.
É um lema transversal aos ditos e escritos de várias religiões (ainda que humanamente ignorado), é também um dos fundamentos do humanismo renascentista europeu se a história não me falha. Há maior deslumbramento, melhor surpresa do que estar atento ao outro seja ele um filho, um amigo, um desconhecido, um estrangeiro ou mesmo um antepassado?

É importante ser curioso, é importante estar atento, é importante termos liberdade, uma coisinha que se mima e vive de mimos.
Liberdade para perguntar, liberdade para viajar, liberdade para saber.
Lanterna Beiroa do António Colaço Em memória de todas as vÃtimas do massacre na Ossétia, em especial por todas as crianças!
Esta batalha pelo conhecimento mútuo é a única que verdadeiramente interessa. Um desafio que permanece latente, imperturbável e incontornável seja qual for a moda política ou social de cada ocasião.
Foi, é e será sempre preciso abrir a porta, espreitar, oferecer a mão aberta, mostrar os dentes, sorrir. Este é um irrenunciável “risco” que todos temos de saber correr sob pena de nos destruirmos mutuamente.
Mas estes ancestrais gestos só são possíveis pela proximidade e nunca pela distância. E estar próximo faz-se por um caminho, por muitos caminhos.
O destino destas andanças é das poucas coisas que mais aquecem a nossa precária existência e está ao dispor de todos independentemente do credo, fé ou condição. Perante esta preocupação basilar discutir Deus é secundário ou, para alguns, a mesma coisa.

Apenas este árduo caminho de saber, dar e receber será seguro. Acho que é por aqui que temos todos de assinar por baixo e deitar mãos à obra, em cada dia, até ao nosso fim.
Por vezes esqueço-me, por vezes é difícil saber como, mas há tarefas bem mais difíceis, convenhamos! Exige apenas disponibilidade e o melhor que há na nossa humanidade. Recursos próximos e renováveis, portanto!

(Também na GLQL)

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