Banalizar uma ilegalidade, um mau comportamento, uma solução de recurso geralmente contribui para que tais práticas mudem de condição e passem a integrar a “corrente dominante”. É um modo de operar dificílimo de contrariar, poucos resistem às suas consequências. Um fantástico teste à integridade e à inteligência. Um autêntica arma atómica para demolir os princípios básicos do contrato subjacente a um regime democrático, por exemplo.

O cenário é negro, mas… De vez em quando surgem períodos na história onde se vai longe demais ou talvez cedo de mais. A aculturação à mediocridade e ao regresso a velhos preceitos medievais não me parece que venha a vingar sem uma boa luta.
O que é que isto tem a ver com a indigitação de Celeste Cardona para a CGD?
O que tem a ver é que é impossível conter a indignação pelas sucessivas faltas dos últimos dias.
E enquanto há indignação à há inquietação. A máquina de reconverter valores ainda não ganhou a guerra.
Na blogoesfera a vassoura está pronta, falta conquistar o país e condicionar a actual oposição, vinculando-a a rejeitar as práticas correntes e preparando caminho para um escrutínio cada vez mais rigoroso da actividade política.
As mangas já estão arregaçadas.

É impressionante como o governo de António Guterres está longe de ter sido o pior de sempre na nossa jovem democracia. Nunca antes ninguém tinha afrontado tanta gente ao mesmo tempo com tanto desaforo.
Esperemos que os aforismos de Jack Kennedy se cumpram em breve neste país.

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