«A quinta [da Bela Vista] já era nossa. Antes do “Rock”[in Rio] isto era melhor, tinha relva e não estava tudo estragado. Já viram as árvores? Deram cabo de tudo. Está tudo seco. Parece um deserto», lamenta um grupo de reformados enquanto jogam «o almoço». À sombra, numa mesa, entretêm-se a jogar à sueca. Porque o tempo é muito e os dias demoram a passar. As cartas e os amigos ajudam. (…)

Ainda Santana Lopes era presidente da Câmara de Lisboa, quando foi anunciado que o Parque da Bela Vista receberá um novo Rock in Rio, em 2006. Mas até lá os moradores da zona só querem sossego. Desta vez, até preferem que os políticos esqueçam as promessas de «melhorar o espaço», mas confessam que agradeciam sanitários públicos.

«A partir de hoje ficamos aqui com um espaço capaz de receber grandes produções», lembrou no fecho do festival Pedro Santana Lopes. A autarquia de Lisboa disponibilizou então um milhão de euros para o Rock in Rio-Lisboa, além da cedência do Parque da Bela Vista onde decorreu o festival. No entender do vereador das obras municipais, Pedro Pinto, a autarquia apoiava o evento e a reabilitação do espaço do Parque da Bela Vista de modo a que este fosse aproveitado para outros eventos.

A “pasta” do Rock in Rio e do Parque da Bela Vista sempre esteve na mão do presidente da Câmara. Foi uma escolha de Pedro Santana Lopes. Falta saber os planos do novo líder da autarquia, Carmona Rodrigues, para o espaço que era verde e agora é pálido, da cor da terra seca e pisada.

in Portugal Diário (Via Lua)

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