Há quem diga – muita gente mesmo – que Adam Smith foi o pai da Economia. Fez o primeiro exercício relativamente abrangente de sistematização de pensamento, esboçando-lhe de forma brilhante alguns dos princípios e limites; garantiu-lhe esse primeiro passo para que viesse a aspirar ser ciência.

Ora Adam Smith e a sua Riqueza das Nações não têm sequer 300 anos.
Vejam quantos anos têm Hipocrates…

Por onde me ensinaram os fundamentos de Economia, foram-me avisando da sua juventude enquanto ciência (enquanto campo de pensamento auto-consciente), do seu impulso decisivo sustentado por um Filosofo Político, das suas fantásticas capacidades em complementar a análise histórica e dos admiráveis novos caminhos da explicação e previsão, caminhos instáveis e experimentais. Falaram-me ainda dos inseparaveis irmãos Macro e Micro.

Leio as palavras do Paulo Gorjão a pretexto das declarações de hoje de Vitor Constâncio – “A ciência económica não é mais do que uma questão de fases pessimistas e optimistas…” – e apetece-me dizer que há ainda um quê (dos grandes) de Astrologia nesta Astronomia, e muita psicologia social.

E há também poderes do passado que não se sabe muito bem (matéria sob estudo permanente) o que valem hoje no condicionamento da actividade económica. Nomeadamente, o poder do Estado e do impacto das suas crises de legitimização democrática.
Serão substancialmente distintas as preocupações dos agentes económicos perante um cenário Santana ou um cenário Ferro, baseando o futuro na experiência passada? Talvez…

Mas talvez, para alguém se decidir ou não da realização/adiamento de um investimento, seja mesmo mais determinante a opinião de um economista reputado e muito bem informado quanto aos fundamentais da economia além e aquém fronteiras. Talvez.

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