Campo Grande, sinais debaixo do viaduto da 2ª circular em direcção a Odivelas/Sintra. No início de 2004.

Vermelho. Para a carroça.
Com velocidade surpreendente um pequeno e um pequena molham, esfregam e enxaguam o pára-brisas.
Apesar de respeitar as condições mínimas para permitir uma boa circulação, a ausência de chuva recente e o desleixo calculado que vou votando ao veículo permitiam ver a diferença. Estava limpo!

Completada a operação segue-se o pagamento. A moça aproxima-se do vidro do condutor e bate com o nó do indicador. “Uma ajuda”, estende a mão e sorri.
É bonita a pequena cigana. Abro o vidro e ponho-lhe na mão 50 cêntimos acrescentando um “Obrigado!”.
Antes de lhe dizer adeus “a” moeda cai para dentro do carro. A moça perde o sorriso e soluça “Caiu!” enquanto olha para o porta-moedas que eu ainda não tinha arrumado.

Apressei-me a dar-lhe outra moeda, um ou dois euros que já não havia outros 50 cêntimos, o sinal ficou verde e fui embora.

Qual é a história? Esta deveria ser a história que a dupla de aprendizes queria que eu contasse, uma história que terão repetido vezes sem conta por aqueles dias. Mas para seu azar, a moeda que caiu dentro do carro parou no meu colo e não no chão, debaixo do banco, escondida. Estranhamente, os 50 cêntimos eram agora uma moeda de 5…
Um truque engraçado. Ilusinismo, pois então! Devolvi a moeda à moça que me manda uma gargalhada traquina e dispara a fugir como o seu companheiro refugiando-se atrás dos cavaleiros de pedra que vigiam o jardim.

O sinal ficou verde e eu fui embora. Esta é a história.

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