O Irreflexões acaba de editar uma Carta aberta ao Presidente da República com a qual me identifico largamente. Aqui se faz eco da dita:

«Carta aberta ao Presidente Jorge Sampaio
Senhor Presidente,

Sabemos os dois, eu que o elegi e o senhor que foi eleito, que o Presidente da República é o garante último da democracia, da liberdade e da normalidade democrática.

A situação criada pela prevista demissão do Dr. Durão Barroso afecta, sucessivamente, por ordem inversa, todas aquelas realidades de que V. Exa. é garante.

Afecta a normalidade democrática porque os Governos são eleitos para 4 anos e não para o tempo que lhes apetecer.

Afecta a liberdade na medida em que se tenta impor um Primeiro Ministro em que os portugueses não votaram e que ninguém sabe se querem.

Afecta a democracia na medida em que o novo líder do PSD e Primeiro Ministro é escolhido em cortes restritas, na S. Caetano à Lapa, contra a vontade de uma parte, cuja dimensão se desconhece, do seu próprio partido.

Ora as eleições, em democracia, devem revestir um carácter de normalidade e não serem apodadas de desestabilizadoras.

V. Exa. pode, com simplicidade, determinar o seguinte:

1) A chefia do Governo é interinamente assegurada pela Dr.ª Manuela Ferreira Leite;

2) O Parlamento é dissolvido antes do inicio da sessão legislativa (em Setembro);

3) O Governo cai;

4) Em Setembro realizam-se eleições e o novo parlamento começa a funcionar no momento em que se inicia a nova sessão legislativa;

5) Até essa data os partidos têm tempo de, internamente, escolherem de entre os seus militantes áqueles que devem liderar a candidatura à formação de Governo;

6) Consoante o resultado das eleições V. Exa. poderá dar posse a um Governo saneado, arejado, legitimado.

Nada de muito complicado, como vê.»

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