A não perder esta prosa de Jorge Candeias no BdE II sobre o PORQUE DEVE E NÃO DEVE HAVER ELEIÇÕES. Recomendo a todos os leitores do Adufe, sejam eles de esquerda de direita ou assim assim. “Os barretes” cabem a todos, retiremos as lições. Um excerto:

“(…)Quando se vota em eleições gerais não se elege um governo e muito menos se elege um primeiro-ministro: elege-se um parlamento. Elegem-se deputados. E é desse parlamento e da correlação de forças entre os deputados que saem os governos, com a escolha do primeiro-ministro a ser responsabilidade directa do Presidente da República. E não há nada que obrigue o PR a escolher como primeiro-ministro o líder do partido com mais deputados: na situação hipotética de só haver maiorias relativas, de ser possível a formação de uma coligação estável entre dois partidos menos votados e não ser possível estabelecer um governo estável com o partido mais votado, é conveniente que o PR não convide o presidente do partido mais votado a formar governo. É assim que o nosso sistema funciona.
Mas ninguém respeita o nosso sistema. E por isso, durante as campanhas eleitorais, e mesmo fora delas, somos submersos por uma campanha maciça que fala de noções inexistentes à luz da constituição como “candidato a primeiro-ministro” ou “líder da oposição”, responsabilidade quer da tendência que os media têm para a simplificação mentecapta, quer de uma estratégia deliberada dos dois maiores partidos para concentrar em si todas as atenções e menorizar todas as outras forças.
É por causa desta campanha desonesta que deve agora haver eleições.(…)”

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