Os conceitos confundem-me um pouco, falo de ateísmo, agnosticismo. Nunca me sinto muito confortável a autoclassificar-me quando alguém me pede um rótulo. O mais adequando para os ouvidos de alguns interpelantes será talvez “herege”. Baptizado que não acredita… Outros mais ecuménicos, tolerantes ou ainda evangelizadores dizem-me que não, que para ser herege teria de ter confirmado o crisma. Falo do universo católico que me rodeia, naturalmente.
Passo por alguns blogues ateus e julgo perceber neles algo mais do que um não acreditar, antes um anti-acreditar, uma definição pela negativa, a mesma sobranceria e segurança moral que me ameaça naqueles que me desdenham ou estranham do alto da sua religiosidade formalizada.

Se tenho as minhas indignações e perspectiva muito caustica da herança de interacções religiosas havidas na história da humanidade, também é verdade que não me identifico com o mesmo processo (a tal rejeição tendencialmente violenta e absoluta do outro) só porque o executor se diz estar do “meu lado da barricadaâ€?.
Ser ateu para estar do outro lado da barricada leva-nos exactamente ao mundo de incompreensão que se gera entre dois religiosos que se olham mutualmente como infieis.
A essa missa eu também não vou.

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